21 de fevereiro de 2008

O DESAFIO DA ÉTICA IDEAL - ELA EXISTE?



Mas o fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão, o domínio próprio... Gl 5.22-23.
A carta aos Gálatas tem nesta passagem um de seus textos mais conhecidos e citados pelo povo de Deus. Inúmeros teólogos apresentam suas “teologias” da famosa passagem do FRUTO DO ESPÍRITO. Imagine quantos sermões, em toda a história cristã, já não foram pregados sobre estes dois versículos das Escrituras!

Existem outras citações bíblicas que ajudam ou determinam ao crente como ele deve proceder em sua vida diária. Ensinamentos como este, assim como as bem-aventuranças e também as várias exortações do Apóstolo Paulo sobre a conduta cristã (Fp 2.1-4; Ef 4.25-32 e o cap. 5 e outras) são, sobretudo, um enorme desafio para nós, os discípulos de Cristo.

Se compararmos o ensinamento bíblico (ideal) com a prática de vida (real) nós teremos decepções. Aí você pode dizer: Ah! Mas ninguém é perfeito!

O problema não está em ser ou não perfeito. Ninguém é. O problema que vejo é quando cultivamos algumas virtudes e outras não. Há pessoas que são extremamente zelosas na justiça e no direito. Só permitem o que é correto. E para defender o certo não consideram a bondade, a gentileza, o respeito ao outro, a doçura. Por outro lado, há aqueles que são um mel de tão doce. Nunca entram em uma sala sem ser gentil até com o cachorrinho. Mas que, em nome da paz e da harmonia, permitem os maiores absurdos e pecados.

Outro exemplo está no grupo de pessoas que combatem aqueles pecados “graves” ou escandalosos (comuns aos outros) mas em seu coração não há lugar para nem mais um ensinamento de Deus porque o orgulho ocupou toda a sua extensão. Ou então, no imenso desejo de agradar a Deus em tudo as pessoas vivem uma imensa dor no peito. Não conhecem nem a “paz” nem a “alegria” , tal é a luta e sofrimento por que passam para manter uma vida de santidade.

Volto ao desafio. Porque é tão difícil esta ética una? Jesus disse que só os pobres de espírito herdarão o Reino de Deus. Esta qualidade não é algo que nos enche e sim que nos esvazia. Para nos enchermos do fruto do Espírito, primeiro teremos que esvaziar-nos de nós mesmos. E sempre que nos sentirmos necessitados de mais uma qualidade de Deus em nós, ou de mais um “puxãozinho de orelha”, mais estaremos caminhando em prol da conduta bíblica, cristã e completa.
MCA