9 de março de 2012

...E O FILHO DA DONA MARIA NOS SURPREENDEU DE NOVO

Quem diria! Parecia apenas mais um casamento. Tá certo quem ninguém espera amenidades quando o assunto é festa de casamento. A primeira coisa que vêm à mente (pelo menos das mulheres) é: com que roupa eu vou? Casamento é sempre uma ocasião especial e única. Mas essa festa foi muito, muito especial! Foi um casamento que serviu pra mostrar que onde Jesus é convidado, a festa é surpreendente. Ímpar!




Parecia apenas mais um sermão de um bom pregador. Tá certo que quando a gente ouve bons pregadores ninguém espera pouca coisa. A lei da expectativa é comprovada facilmente nestas circunstâncias. Lembre-se, se você espera, com confiança, ouvir a voz de Deus em um sermão, vocês a terá, regularmente.



O pregador começou falando manso e sereno, e a cada parte do sermão víamos a manifestação da Glória, e sentíamos que habitávamos o ambiente da Graça de Deus. Você lerá algumas citações do referido sermão neste boletim. Por hora, quero ressaltar a conexão direta com o tema do culto de domingo p.p. pela manhã e com a ocasião que o envolveu.



Convidar Jesus para a festa em nossas vidas foi a primeira lição naquela exuberante manhã de sol. A aplicação foi imediata: a festa é servir ao Senhor aqui na IPAS, e por esta lição me senti extremamente grato a Deus. É claro que houve, um pouco antes do sermão, também uma porção da Graça de Deus trazida a nós, enquanto cantávamos todos, dentre outras canções ungidas, uma que dizia: "usa-me, Senhor. Usa-me!". Em meu coração, confesso, estava o tempo todo repetindo o convite para que Jesus esteja conosco em todo o tempo. E dessa forma todo tempo será tempo de festa e de celebração.



Reconhecer que onde Jesus está, instala-se o ambiente da Graça, foi a principal instrução que recebemos. O milagre é possível quando clamamos a Jesus por socorro, ainda que por razoes ocultas. A Graça de Cristo sempre prevalece! Quando obedecemos a Jesus, estamos contribuindo, como comunidade, para que o ambiente da Graça prevaleça e permaneça em nosso meio, ainda que não saibamos exatamente porque devemos obedecer e fazer tal coisa. Jesus opera cura, faz reviver a esperança, mantém a alegria e a celebração mediante os problemas e sempre, sempre surpreende aqueles que nEle esperam.



Pois é... e Ele, Jesus, o filho da Dona Maria, adotado por José, tornando-se assim um legitimo filho de Davi, o também chamado Leão de Judá... E não é que ele nos surpreendeu mais uma vez!

Com gratidão no coração, Pr. Marcelo

Publicado no boletim da Igreja Presbiteriana em Aldeia da Serra - 12 de fevereiro de 2012




O SANGUE DERRAMADO DO BISPO ROBINSON CAVALCANTI

O tema é de um artigo do Rev. Elben Lenz Cesar, na coluna “opinião” da Revista Ultimato que será publicada na edição de Março/abril. Me apeguei a ele para repartir com a minha igreja esta notícia trágica, dolorosa e de conseqüências tão marcantes para o futuro da igreja e da família cristã brasileira. Dom Robinson tinha a presença confirmada como preletor do encontro de capelães do qual participarei em Valinhos, nos dia 19 a 23 deste mês. Não virá mais. Todavia suas preleções, idéias e teologia, serão ainda usufruídas de muitos, por muitos e muitos anos, em seus arquivos de texto, áudio e vídeo... confira parte da matéria.




“...A última notícia de sangue derramado (até o momento) é igualmente chocante. Um rapaz de 29 anos, no último domingo, por volta das dez horas da noite, matou a facadas os próprios pais adotivos, ambos com 64 anos, na casa deles, na cidade de Olinda, PE. O morto é o bispo anglicano da Diocese do Recife e cientista político Robinson Cavalcanti, ex-professor da UFPE e da UFRPE, além de ex-coordenador do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Pernambuco e ex-professor conferencista-visitante na Universidade do Alabama, em Birmingham. Um dos mais antigos defensores da missão integral da igreja, Robinson batalhava por uma sociedade solidária e uma economia pós-capitalista inspirada nos valores judaico-cristãos. Participou de numerosos movimentos em defesa da justiça social. Coordenou, entre as igrejas evangélicas, as campanhas presidenciais de Lula, de 1989 e 1994. Participou da campanha do “Parlamentarismo” e da campanha “Fora Collor”. Foi um dos redatores de importantes documentos, como “A Responsabilidade Social da Igreja” (Grand Rapids, EUA), “O Evangelho e a Cultura” (Willowbank, Bermudas) e “Estilo de Vida Simples como Opção Cristã” (Hoddesdon, Inglaterra), entre outros. No Núcleo Interdisciplinar de Estudo sobre a Sexualidade (NIES) da UFPE, defendeu, como convidado, a posição ortodoxa da Igreja no 5° Congresso Brasileiro de Homossexuais.



Autor de mais de mil artigos sobre teologia e política e de treze livros (três dos quais foram publicados pela Editora Ultimato), Robinson Cavalcanti era o mais antigo colaborador da revista Ultimato. O último artigo de sua lavra sairá na edição de março/abril. Nele o bispo anglicano queixa-se de que “os cristãos não querem sair da zona de conforto, se engajar, se libertar da imprensa manipuladora, lançar mão das ferramentas das ciências sociais, se chocar com os donos do poder...”.

Que o Senhor console a todos! Pr. Marcelo

Confira o artigo completo em

http://www.ultimato.com.br/conteudo/o-sangue-derramado-do-bispo-robinson-cavalcanti

publicado no boletim da Igreja Presbiteriana em Aldeia da Serra - 04 de março de 2012

AS CANÇÕES QUE VOCÊ FEZ PRA MIM

O zamyr e o nephesh (os salmos e a vida)




"Certas canções que ouço cabem tão dentro de mim que perguntar carece, como não fui eu quem fiz?" "Uma anatomia de todas as partes da vida humana." Assim um poeta e um teólogo expressaram o que vejo no livro dos salmos. Todas as nossas emoções, estórias, medos e paixões encontram ressonância nesta caixa. Penso que não haja referencia de algum acontecimento, tragédia ou conquista humana que não tenha um paralelo em alguns dos salmos.



Salmos são canções, poesia. E como toda canção ele ao mesmo tempo enleva, alimenta e ensina. Enleva porque durante uma determinada canção nossa alma se deleita, se entrega, adormece e volta a acordar. Alimenta porque tem a propriedade de tocar em diversas partes de nosso ser e dar prazer. Há canções que "usamos" quando queremos protestar ou extravasar; há outras que desejamos quando a nossa alma precisa de descanso e proteção, e ainda outras que consumimos quando queremos mostrar algo: felicidade, gratidão, acolhimento, saudade, etc E ensina porque tem uma conexão direta com a nossa estrutura cognitiva. Memória, compreensão, crítica, raciocínio, e outros, tudo está em jogo enquanto cantamos ou ouvimos uma canção. Um amigo me disse: Marcelo, a musica é extremamente importante na igreja porque o povo aprende o que canta.



Temos trazido neste mês de março algumas percepções e motivações do salmo 23 de forma que as confrontemos com aspectos indispensáveis à vida. Questões absolutamente essenciais ao bem viver podem ser respondidas e refletidas neste salmo. Eis algumas delas: felicidade, direção, satisfação, segurança em meio às dúvidas e aos perigos, descanso, vitória nas lutas, superação, eternidade e outros.



Minha oração ao "Pai-stor" é para que você receba estes recursos da Graça como quem ouve uma canção que te faça bem à alma. Para alguns pode soar como uma canção de ninar, igual a que a vovó ou a mãe cantavam e agente dormia tranquilo e seguro. Para outros uma canção nova, que se identifica com os desejos e emoções mais profundos e escondidos da alma, tornando-a bela e inesquecível. Ou mesmo para aqueles aos quais será apenas mais uma canção, ainda o faça apenas parar para escutá-la. O que já é muito bom!



Com carinho e apreço, Pr. Marcelo (em 08/03/2012

24 de novembro de 2011

O dia de um capelão

OS MINEIROS DO CHILE: As tragédias deles e as nossas.
A PROPÓSITO DE UM ACIDENTE AÉREO FATAL
Foi emocionante! O mundo todo assistiu e sentiu o aperto no peito, um misto de dó e de alegria, quando o pai abraçou o filho. Foi um alívio e uma vitória saber que cada um dos 32 mineiros que estavam há 69 dias isolados dentro de uma mina foram resgatados com vida. Mais uma vez nos víamos ali, identificados em mais uma tragédia em tempo real. A dor daqueles homens lá em baixo e de suas famílias aqui em cima era algo que, de tão pesado e forte, evitávamos até de pensar ou falar. Mas agora podemos botar pra fora todos aqueles sentimentos de confusão e de esperança que se experimentou naqueles dias.
Foi muito triste! No sábado último pela manhã, um acidente com um avião planador à vela que espatifou no ar, levou à morte dois jovens cheios de vida, de esperança e com o sonho de serem pilotos militares para defender nossa pátria se necessário sob o preço da própria vida. A notícia me chegou em meio a um encontro de outros 150 jovens, dentre os quais muitos eram colegas de escola das vítimas, em um sítio, onde se reuniam em retiro espiritual para uma celebração da vida e da alegria em servir ao Senhor. Novamente estávamos envolto a um misto entre a alegria do encontro e a tristeza da partida.
A certa altura, deixei o encontro de jovens, e acompanhado por alguns deles, me desloquei até o local onde se encontravam os pais e demais familiares de um dos rapazes. Nossa missão agora era a de chorar com os que choravam. Ficamos ali toda a tarde do domingo. Ao retornar nutríamos no peito um misto de missão cumprida e o desejo de ter ficado um pouco mais, de ter falado um pouco mais ou, quem sabe, de ter chorado um pouco mais.
O que desejo compartilhar com o(a) leitor(a) sobre estes dois episódios dessa densa semana é a oportunidade que temos, o tempo todo de nos tornarmos partilhadores do Reino de Deus em todas as circunstâncias da vida. Não apenas pedimos ao Pai que venha o seu Reino. Temos nós mesmos, seus filhos a oportunidade de fazer vir o Reino do Pai, em cada situação que vivemos em nosso dia-a-dia.
Sendo assim o meu convite pra você hoje é o mesmo das Escrituras Sagradas, que ouso parafrasear aqui para torná-la mais próxima de nós:
Alegrem-se com os que se alegram por serem libertados e chorem com os que choram por estarem enlutados
  Com carinho,                                                                                                                Pr. Marcelo
em uma quinta-feira, 14 de outubro de 2010 23:02:51

23 de novembro de 2011

OS SALMOS E A VIDA: A Poesia de Deus para o nosso dia-a-dia

“Certas canções que ouço cabem tão dentro de mim que perguntar carece: como não fui eu quem fiz?”

Esta expressão de um grande poeta de nosso tempo expressa uma verdade fundamental sobre os Salmos: por vezes, ao lermos temos a nítida impressão de que as palavras daquele Salmo expressam de tal forma o nosso momento de vida que parece que fomos nós quem os escrevemos.

É por isso que o teólogo reformado, João Calvino disse que os salmos são a “anatomia de todas as partes da vida humana”. Pois é, os Salmos são assim.

Aos lermos os Salmos, ao cantarmos, ao orarmos ou ao meditarmos neles nós conhecemos melhor quem nós somos, como é a vida e quem Deus é.

Nos compreendemos melhor nos Salmos. Nos vemos totalmente desnudados em nossa alma nestas canções e nestas orações. Nosso ser se revela por dentro e por fora. Cada parte de nossa vida sejam as emoções, seja o corpo ou ainda os nossos desejos, sonhos ou pecados, tudo... Tudo está ali, claramente, impunemente, descaradamente! O ser - humano que ali é apresentado tem cabeça, olhos, boca, barba, ouvido, braços, pernas, ossos, enfim. Nada é escondido. É uma pessoa que anda, que pára, que se assenta pra descansar, que passa por lugares difíceis, que se alimenta, que bebe, que tem fome profunda na alma. Os fortes, os corajosos, os felizes os bem-sucedidos, os ricos, todos estão ali. Mas ali também estão os ímpios, os pobres, os medrosos, os chorões, os perdidos, os fracos. Quem ajuda e quem é ajudado, quem ampara de dia e é amparado de noite, quem é humilde e quem é soberbo, todos... todos estão ali.

A vida se revela sem mistérios nos salmos. Vemos os degraus que havemos de subir (ou descer) em nossa jornada. Vemos que na vida há canto, há salto de alegria, há montes por onde o orvalho da graça de Deus desce e inunda o mundo. Vemos também que na vida há noites mal dormidas, há lágrimas. há choro, muito choro, de até fazerem doer os ossos. Há inimigos, há reis bons e maus, há justos e há ímpios. A vida como ela é, é mostrada nos Salmos sem maquiagem, e até mesmo sem roupagem religiosa, às vezes. Reconhecemos as batalhas e nos preparamos para enfrentá-las.

Nos Salmos chegamos mais perto de Deus. Aquele que não nos oculta o rosto, nem mesmo quando a gente pede pra ele nos “errar” (39). Conhecemos um Deus poderoso e pessoal, Aquele que é louvado, exaltado, mas não nos rejeita quando falamos atrocidades e tentamos ferir a sua honra. Esse é o Deus dos Salmos. Um Deus presente em cada parte da vida e do ser - humano.

Que ele nos dê Graça e a sua presença! Pr. Marcelo,

em 04/11/2010

HAJA ESTÔMAGO!

Pai, quero te agradecer por estarmos aqui, sabemos que nós somos falhos, somos imperfeitos, mas é o teu sangue que nos purifica. Pai, nós somos gratos pela vida do Durval ter sido instrumento de bênção para nossas vidas, para essa cidade. Tantas são as investidas, Senhor, de homens malignos contra a vida dele, contra nossas vidas. Nós precisamos da Tua cobertura e dessa Tua graça, da Tua sabedoria, de pessoas que tenham, Senhor, armas para nos ajudar essa guerra. Acima de tudo, Senhor, todas as armas podem ser falhas, todos os planejamentos podem falhar, todas as nossas atividades, mas o Senhor nunca falha”.


“A “oração” que o deputado distrital e corregedor da Câmara Legislativa do Distrito Federal fez pelo corrupto Durval Barbosa é de uma canalhice sem tamanho na história do evangelho brasileiro.”


“Pra quem não conhece, o deputado Júnior Brunelli [quem fez a oração acima e que em outro vídeo foi flagrado recebendo dinheiro de propina] é pastor e filho do "apóstolo" Doriel de Oliveira, proprietário da Igreja Casa da Bênção.”



A tragédia foi mais que anunciada. Já não nos assusta nem mais isso. É depressivo ver o nosso estado quando olhamos coisas assim. Talvez seja o caos total. O fim. Prova disso é que não se pode imaginar algum extremo que realmente nos impressione, quando o assunto é roubalheira, corrupção ou outros crimes envolvendo pastores ou líderes evangélicos.



Pense comigo: você se assustaria se uma igreja fosse achada como depósito de mercadorias ilegais apreendidas pela polícia federal? Eu não. No máximo, lamentaria. Você se sentiria constrangido se alguém lhe dissesse que viu, em rede nacional, um grande líder evangélico ser preso, e algemado, compondo uma quadrilha de traficantes e assassinos? Eu não. Infelizmente, não.



Não há mais extremos do absurdo em que se pensar para se usar de comparação. A realidade é mais cruel. Mais triste do que qualquer suposição ou obra de ficção. A propósito, não temos que nos impressionar com a ficção (filmes, novelas ou outras obras). Já foi o tempo em que podíamos pensar que elas exerciam má influência sobre os ditos cristãos evangélicos. Hoje, a ficção é que é má influenciada por estes. Os autores apenas retratam a realidade, que é má, de forma mais popular e inteligível à grande massa.



Quero, entretanto, como pastor protestante há quase duas décadas levantar minha voz diante do rebanho que o Senhor conferiu aos meus cuidados pastorais e dizer: Não aceito isso! Repudio com toda força e indignação que há em mim qualquer forma de identificação com esta gente. Não sou e não somos evangélicos como estes outros. Não estamos buscando em Deus a bênção para fazer o mal. Não somos instrumentos para estender a corrupção e a desgraça moral pelo nosso bairro, nossa cidade ou nosso País. Não queremos em nossas vidas estas bênçãos cujos “instrumentos” são profanos e envergonham descaradamente nossa nação.



Não deixaremos de nos relacionar com gente corrupta e pecadora. Não se trata de isolarmo-nos do mundo. Pelo contrário, queremos pessoas com todos os defeitos e debilidades que tenham. Sejam físicas, morais ou até mesmo de caráter. Nós mesmos temos nossos defeitos a serem tratados. A diferença que que não abrimos mão de ser Luz e Sal. Queremos ser pessoas na instrumentação de Deus para transformar o mundo e melhorar as pessoas.

Fico com a oração de Jesus em favor dos seus discípulos:

“Pai... Não peço que os tires do mundo, mas que os preservem do Mal”



Rev. Marcelo,

em 03 de dezembro de 2009

24 de outubro de 2011

VAI PASSAR...

A música do Chico lembra a expectativa dos que aguardam o samba passar na avenida. A certa altura os que aguardam o principal estandarte diziam num ímpeto de euforia de quem aguarda o êxtase de alegria: “ai, que vida boa ô lê rê, ai que vida boa ô la rá...”.

Noutra canção (a banda) o mesmo literário disse que aqueles que tinham uma vida triste e sofrida deixavam tudo pra traz e esqueciam sua dor só ver a banda passar.

Note que a vida boa e a ausência da dor estão, não só nas letras do poeta, mas na própria vida, relacionados a algo que passa. Ou neste caso, que irá passar. É bom esperar por algo bom. A raposa do Pequeno Príncipe dizia pro menino: se você vem às quatro horas começo ser feliz às duas. Criança esperando por um evento de prazer já é o próprio deslumbre de prazer.

Os profetas bíblicos, tais quais os poetas, também falam de dias que passarão por nossas vidas onde quem é triste ficará alegre e quem sofre vai despedir-se da dor. (veja Jr. 31.31-33, ou Ml 4.1-6). Um desses se expressa assim quando relata o extase e alegria pela chegada do Cristo: saireis e saltareis como bezerros soltos de uma estrebaria...

Todavia, penso que não basta conhecer o que diz os poetas ou os profetas. Acho que a gente tem que ser como as crianças. Acreditar no presente do Pai que virá. E porque virá amanhã já sou feliz hoje.

Se é verdade que a maioria de nós não gosta de samba e nunca foi pra uma janela ver a banda passar, é também verdade que buscamos incessantemente a alegria e o bem na vida. Esta é uma das marcas da nossa caminhada cristã. Mas há um diferencial enorme entre as poesias e as profecias citadas.

A alegria do samba e da banda se são curadoras por um lado, também são efêmeras por outro. Tão passageiras quanto o carro alegórico que passa. Depois que a banda do Chico passou, diz ele: “Mas para meu desencanto / O que era doce acabou / Tudo tomou seu lugar / Depois que a banda passou./ E cada qual no seu canto / Em cada canto uma dor...”
De outro lado, as promessas dos profetas falam de uma alegria duradoura porque não se trata de uma alegria momentânea ou um mero sentir-se bem, ou aliviado. A alegria e a cura de que falam os profetas são uma Pessoa. A pessoa de Cristo. O Sol da Justiça. O que converte os corações dos pais aos corações dos filhos. O Cristo que virá, segundo o profeta, virá trazendo salvação em suas asas. A alegria do Cristo se estabelecerá para sempre. Esta é a Nova Aliança.

Duas perguntas:
O carnaval está chegando, como você se sentirá depois que ele acabar?
O Cristo prometido já veio, e a sua alegria já chegou?

Com carinho, Marcelo Coelho

22 de janeiro de 2010

A LITURGIA DA VIDA


O sentido mais comum que damos ao termo “liturgia” é aquilo que se entende ou relaciona-se à ordem do culto. Quero, entretanto, usá-lo de outra forma. A palavra liturgia não se originou na igreja. “No mundo grego, ela se referia ao serviço público, aquilo que um cidadão fazia pela comunidade. Quando a igreja usava o termo em relação à adoração, ela mantinha esta conotação de ‘serviço público’- Trabalhando em favor da comunidade ou seguindo ordens de Deus” (Peterson: 2004).

A liturgia da vida é aquela que ultrapassa as paredes do templo. Ela é a contínua atitude de serviço a Deus e ao próximo. É quando não há diferença entre o que pensamos ou falamos de Deus dentro da igreja ou fora dela. Quando vivenciamos nossa vida cristã nos lugares menos prováveis ou esperados estamos executando esta liturgia.

Caixa de texto: A liturgia da vida é aquela que ultrapassa as paredes do templo. Ela é a contínua atitude de serviço a Deus e ao próximo.

Somos convidados a sermos cristãos litúrgicos. Nosso serviço de culto a Deus não termina no domingo à noite. O que deveríamos fazer é imprimir cada parte de nossa relação com Deus nas páginas de nosso dia-a-dia.

Mas como isso se dá na prática? Quando levamos Deus e sua Palavra ao mundo nós fazemos com que o mundo e toda a criação de Deus retornem a Ele e sua Palavra. Fazemos isso quando socorremos alguém que está caindo ou não pode andar; quando oferecemos uma mão amiga para ajudar em alguma situação; quando nos importamos ao ponto agir em favor de um conhecido (ou mais que isso); quando nos calamos ao invés de dar lugar a ira humana; enfim, quando praticamos o que nos cultos cantamos ou prometemos.

Levar Deus ao mundo e o mundo a Deus é, não só a tarefa, mas a conseqüência de quem aceita que sua vida também seja uma liturgia. Ele ou ela irão tornar o seu serviço a Deus, um serviço público e ao público.

Com carinho, Pr Marcelo